No último mês de abril, o estado do Rio Grande do Sul relembrou com pesar o primeiro aniversário da enchente que, em 2024, provocou uma das maiores tragédias climáticas da história gaúcha.
Nas cidades afetadas, o clima ainda é de luto: moradores recordam as perdas materiais, enquanto parentes e amigos das vítimas enfrentam a dor das ausências deixadas pelas águas.
No entanto, essa não foi a primeira vez que o Rio Grande do Sul foi palco de uma catástrofe de tamanha dimensão. Anos antes, em 2013, o incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, resultou em um número de vítimas fatais quase duas vezes maior do que o registrado na tragédia das enchentes.
Boate Kiss teve quase o dobro de vítimas das enchentes do Rio Grande do Sul
Em 2024, a enchente atingiu milhares de famílias entre os meses de abril e maio. As águas castigaram praticamente todas as regiões do estado do Rio Grande do Sul, provocando destruição em áreas urbanas e rurais.
As cidades do Vale do Taquari e da Região Metropolitana foram particularmente devastadas, com ruas submersas, moradias arrasadas e estruturas públicas comprometidas.
De acordo com o boletim mais recente da Defesa Civil, divulgado no final de abril de 2025, 184 pessoas perderam a vida em decorrência das enchentes.
O número de desaparecidos, que chegou a ser maior, caiu para 25 após novas atualizações, incluindo a identificação de um corpo que aguardava confirmação por exame de DNA e o reaparecimento de um homem que estava na lista dos desaparecidos desde o ano anterior.
Tragédia na Boate Kiss matou quase o dobro das vítimas da enchente no Rio Grande do Sul
Já no início de 2013, o Rio Grande do Sul foi marcado por uma tragédia de natureza distinta, mas igualmente brutal.
No dia 27 de janeiro daquele ano, um incêndio de grandes proporções atingiu a Boate Kiss, em Santa Maria. Durante uma apresentação musical, o uso de um artefato pirotécnico dentro do espaço deu início ao fogo, que rapidamente se espalhou por conta do material inflamável no teto.
A falta de saídas de emergência adequadas e falhas graves na segurança do local dificultaram a evacuação, provocando o sufocamento de centenas de pessoas. No total, 242 jovens morreram naquela noite — muitos deles estudantes universitários.
O episódio gerou comoção nacional e internacional, e até hoje é lembrado como uma das maiores tragédias já ocorridas no Brasil em ambientes fechados.
