Com o encarecimento dos carros novos no Brasil, muitos consumidores têm recorrido aos seminovos e usados como alternativa mais viável financeiramente. Atualmente, os modelos de entrada partem de aproximadamente R$ 75 mil — valor que triplicou em comparação aos R$ 25 mil praticados há uma década.
Esse cenário tem impulsionado a demanda por veículos usados, que registraram alta de 7% nas vendas no acumulado dos dois primeiros meses de 2025, ultraando 2,5 milhões de unidades negociadas. Para os modelos zero-quilômetro, a expectativa é de um crescimento mais modesto, em torno de 5% até o fim do ano.
Preferência por seminovos
A preferência pelos seminovos se explica pela possibilidade de adquirir veículos relativamente novos, com pouca rodagem e preços mais íveis. De acordo com o Estudo MegaDealer de Performance de Veículos Usados, o tempo médio de permanência de um carro no estoque das concessionárias foi de 38 dias em abril, com margem bruta de comercialização de 11%.
O ticket médio dos usados alcançou R$ 87.107, com alta de quase 2% em relação a março.
O crescimento acumulado no ano foi de 7,92%, mais que o triplo da inflação do período, medida pelo IPCA (2,48%).
Embora o preço médio dos seminovos esteja acima do modelo novo mais barato, isso reflete a maior qualidade e recursos desses veículos.
O estudo analisou 2.867 concessionárias de 23 marcas, com dados ajustados conforme as características dos veículos e a região.
Seminovos custam de 20% a 30% menos que os equivalentes zero-quilômetro.
A desvalorização inicial já foi absorvida, o que reduz perdas futuras na revenda.
O IPVA dos usados costuma ser mais baixo.
O seguro, em muitos casos, também apresenta valor inferior.
Compra de carro
Promoções e condições de financiamento, como taxas de juros, têm peso importante na decisão entre adquirir um carro novo ou seminovo. No caso dos usados, é fundamental fazer uma boa pesquisa, analisar o histórico do veículo, realizar vistoria mecânica e test drive, além de checar possíveis recalls pendentes.
A escolha não deve se basear apenas em preferências por marca ou modelo, mas também na liquidez do carro no mercado e na sua tendência de desvalorização. Decisões impulsivas podem gerar perdas significativas no momento da revenda.
Jornalismo na federal de Alagoas. Paulista de nascença, moro há mais de uma década no estado nordestino. Desde pequena fascinada pelo mundo da leitura e da escrita.