A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) divulgou uma nova atualização dos pisos mínimos de frete para o transporte rodoviário de cargas, conforme publicado em edição extra do Diário Oficial da União na última sexta-feira (07). A revisão da tabela foi necessária devido ao aumento de 5,57% no preço do Diesel S10 ao consumidor.
Como o combustível tem um peso significativo nos custos do transporte, esse reajuste pode impactar o valor do frete e, consequentemente, influenciar os preços de compra para produtos essenciais. A ANTT é obrigada por lei a revisar a tabela de fretes a cada seis meses ou sempre que o preço do diesel variar mais de 5%, acionando o chamado “gatilho”.
Impacto nas compras
No Brasil, o transporte rodoviário é a principal forma de movimentação de cargas, respondendo por mais da metade do total transportado. Por isso, qualquer alteração no preço do diesel impacta diretamente a economia, influenciando desde os preços de compra dos alimentos até o custo dos insumos industriais.
Esse impacto, porém, não é imediato. O reajuste no preço do diesel leva aproximadamente duas semanas para ser refletido nos postos de combustível. Além disso, o ree para os fretes varia conforme os contratos firmados entre transportadoras e clientes, enquanto caminhoneiros autônomos costumam ajustar seus preços de forma mais ágil.
O aumento do diesel influencia não só o transporte de cargas, mas também o funcionamento de máquinas agrícolas, ônibus urbanos, compras na internet e a geração de energia em determinadas regiões. Alimentos básicos, como arroz, feijão e carnes, são os mais afetados devido à sua alta dependência do transporte rodoviário. Já itens de maior valor agregado, como eletrodomésticos e automóveis, podem ter reajustes, porém de maneira mais gradual.
Alternativas
No Brasil, aproximadamente 65% das mercadorias são movimentadas por rodovias, tornando o país sensível às variações no preço do combustível. Para reduzir os efeitos do aumento do diesel, especialistas apontam algumas soluções, como a ampliação da infraestrutura ferroviária para cargas de longa distância, o estímulo à cabotagem como alternativa ao transporte rodoviário, a adoção de biocombustíveis e outras fontes de energia, além da criação de políticas que tragam mais previsibilidade aos reajustes dos combustíveis.
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