A recente crise envolvendo Elon Musk e Donald Trump desencadeou uma tempestade no mercado financeiro e político dos Estados Unidos.
Em apenas um dia, o homem mais rico do mundo viu sua fortuna pessoal despencar em US$ 26,6 bilhões (aproximadamente R$ 148,8 bilhões), reflexo direto da derrocada das ações da Tesla.
A empresa de veículos elétricos comandada por Musk sofreu uma queda de 14,26%, pressionada por preocupações com a sustentabilidade de seus negócios, agora envoltos em tensões políticas e inseguranças regulatórias.
A fortuna de Musk em xeque
Apesar da perda massiva, Musk ainda lidera o ranking dos bilionários com uma fortuna estimada em US$ 387,9 bilhões. No entanto, revela uma vulnerabilidade real nas empresas do magnata, cuja riqueza depende amplamente da valorização de suas ações, especialmente da Tesla.
O impacto imediato na fortuna de Musk evidencia a forte correlação entre as ações da Tesla e a percepção pública e política em torno de seus negócios, e, por extensão, de sua figura.
Divórcio político
O rompimento entre Trump e Musk foi marcado por uma troca de farpas pública, repleta de acusações, ameaças e revelações explosivas. A relação que outrora parecia estratégica e cooperativa se tornou um campo de batalha político-digital.
Durante um encontro com o chanceler alemão Friedrich Merz, Trump demonstrou frustração com críticas feitas por Musk ao novo projeto orçamentário do Congresso. A partir daí, os ataques se intensificaram rapidamente:
- Trump afirmou que Musk estava ciente do projeto e que ele o havia “ajudado muito”.
- Musk rebateu, dizendo que sem ele, Trump teria perdido a eleição, acusando o ex-presidente de ingratidão.
- Trump então ameaçou cortar os subsídios e contratos governamentais com empresas de Musk.
- Em resposta, Musk lançou uma bomba: acusou Trump de estar nos arquivos sigilosos do caso Jeffrey Epstein.
Reação do mercado
O embate causou pânico entre os investidores. A instabilidade institucional gerada pelas declarações de Trump provocou uma queda brutal no valor de mercado da Tesla, que perdeu mais de US$ 150 bilhões (cerca de R$ 839 bilhões).
Investidores temem que, caso as ameaças de Trump se concretizem, a Tesla e outras empresas do conglomerado de Musk, como a SpaceX e a Neuralink, percam o a contratos estratégicos com o governo federal, o que impactaria diretamente seu fluxo de caixa, capacidade de inovação e competitividade global.
Contratos em risco
Empresas de Musk são fortemente atreladas ao Estado americano, tanto por subsídios para veículos elétricos, quanto por contratos de defesa e exploração espacial via a SpaceX. Com Trump sugerindo que irá cortar essa relação, os analistas já alertam:
“Uma ruptura política com Washington pode custar a Musk não apenas bilhões em valor de mercado, mas anos de avanço tecnológico.”
O episódio também levanta dúvidas sobre a segurança jurídica e a previsibilidade de parcerias público-privadas nos EUA.
A guerra nas redes
O confronto ganhou ainda mais força nas redes sociais. Musk usou sua plataforma, o X (antigo Twitter), para desferir ataques pessoais a Trump, inclusive conectando o ex-presidente ao controverso escândalo sexual envolvendo Epstein.
Trump, por sua vez, retrucou no Truth Social, acusando Musk de “ficar louco” após perder os incentivos dos “Mandatos dos Carros Elétricos”, políticas de descarbonização promovidas por Biden e, supostamente, eliminadas por Trump.
O embate se transformou em uma guerra de narrativas, envolvendo os seguidores de ambos os lados e criando divisões políticas profundas entre setores do empresariado e do eleitorado conservador.
O fim da parceria no Governo
Na semana anterior, Musk havia deixado seu posto no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), onde foi colocado por Trump com a missão de cortar gastos. Apesar de ter implementado cortes agressivos, Musk não alcançou as metas de economia prometidas.
Ainda assim, Trump chegou a elogiar o bilionário em sua saída, algo que torna ainda mais surpreendente a ruptura pública ocorrida dias depois.
A saída de Musk do governo pode ter sido motivada por diferenças ideológicas sobre gastos públicos, culminando na crítica aberta ao novo pacote orçamentário, o que enfureceu membros da Casa Branca.
Rivalidade
A rivalidade entre Trump e Musk não se limita a dois egos inflados em rota de colisão, ela carrega implicações reais para a economia americana. A Tesla é um símbolo da inovação tecnológica e da transição energética global.
Ataques políticos contra a empresa ou seu fundador podem minar a confiança dos investidores estrangeiros, além de gerar precedentes perigosos para a relação entre o governo e o setor privado.
Além disso, a denúncia pública de Musk sobre Trump e Epstein poderá reacender investigações e abrir frentes delicadas no cenário eleitoral norte-americano, especialmente com a aproximação das eleições presidenciais de 2024.
E agora?
Com as ações em queda, as acusações ainda frescas e as relações políticas estremecidas, Musk enfrenta um dos momentos mais delicados de sua trajetória. O mercado segue atento:
- Haverá retaliações governamentais reais contra suas empresas?
- As acusações contra Trump terão consequências legais ou políticas?
- A Tesla conseguirá reconquistar a confiança dos investidores?
- Musk irá buscar apoio de outros setores ou líderes políticos?
As respostas a essas perguntas podem determinar não apenas o futuro da fortuna de Elon Musk, mas também o rumo da indústria de tecnologia e inovação nos Estados Unidos.