A União Europeia está avaliando uma proposta para banir o uso de fibra de carbono em veículos a partir de 2029. Este material é amplamente adotado pela indústria automotiva devido à sua leveza e resistência, sendo especialmente útil para reduzir o peso de veículos elétricos.
Contudo, surgiram preocupações relacionadas aos impactos ambientais e à saúde humana, especialmente durante a fase de descarte. A proposta integra uma atualização da Diretiva de Veículos em Fim de Vida, com o objetivo de promover práticas de reciclagem e descarte mais sustentáveis.
Fibra de carbono
A fibra de carbono, que é mais leve que o alumínio e mais resistente que o aço, é amplamente utilizada em diversas indústrias, incluindo os setores aeroespacial e de energia eólica. No entanto, seu descarte inadequado pode liberar filamentos microscópicos, que representam riscos, como curtos-circuitos em equipamentos de reciclagem e irritações na pele ou mucosas humanas.
Devido a esses problemas relacionados à segurança ambiental e à saúde, as autoridades da União Europeia estão considerando classificar a fibra de carbono como um material perigoso, colocando-a ao lado de substâncias como chumbo, mercúrio e cromo hexavalente na lista de proibição.
Substituição
A proposta de proibição da fibra de carbono enfrenta uma forte resistência por parte da indústria automotiva, que questiona a viabilidade de substituir esse material em um curto período. A fibra de carbono representa até 20% do consumo global do material, e sua proibição teria um impacto significativo no setor.
O uso desse material é fundamental para a redução do peso dos veículos. Embora alternativas como grafeno, kevlar e ligas de alumínio de alta resistência estejam sendo investigadas, esses materiais ainda não são tão amplamente adotados quanto a fibra de carbono.
Se a proposta for aprovada, as empresas precisarão adaptar gradualmente seus processos de fabricação. Essa decisão, caso se concretize, afetará fortemente a indústria, especialmente considerando que, em 2024, a fibra de carbono gerou uma receita de US$ 5,5 bilhões. O Parlamento Europeu ainda precisa discutir a proposta antes da votação final, e as negociações deverão continuar antes de qualquer implementação.
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