Uma descoberta científica recente trouxe novas evidências sobre os impactos do feijão na saúde humana. O alimento, presença constante nos pratos dos brasileiros — tradicionalmente combinado com arroz — pode trazer benefícios significativos ao coração e ao metabolismo.
A revelação vem de uma pesquisa conduzida por cientistas da Sociedade Americana de Nutrição, que analisou os efeitos fisiológicos do consumo diário de feijão em pessoas com risco elevado de desenvolver doenças crônicas.
Feijão pode alterar o funcionamento do seu corpo, mostra estudo
O estudo, realizado ao longo de três meses, acompanhou 72 indivíduos diagnosticados com pré-diabetes. Os participantes foram divididos em grupos que consumiram diariamente uma xícara de grão-de-bico, feijão preto ou arroz (usado como grupo de controle).
Durante o experimento, foram monitorados marcadores biológicos relacionados à saúde cardiovascular e metabólica, incluindo colesterol, níveis inflamatórios e glicemia.
Os resultados mostraram que o grupo que ingeriu grão-de-bico apresentou uma redução notável no colesterol total: a média caiu de 200,4 mg/dL para 185,8 mg/dL ao fim do período de 12 semanas.
Já entre aqueles que consumiram feijão preto, observou-se uma queda significativa na inflamação, medida por meio dos níveis da citocina interleucina-6 — marcador ligado a processos inflamatórios crônicos — que recuaram de 2,57 para 1,88 pg/mL.
Essas mudanças indicam uma melhora no estado geral do organismo, especialmente em parâmetros que influenciam diretamente o risco de doenças cardíacas e metabólicas, como o diabetes tipo 2.
Curiosamente, o estudo não identificou variações expressivas nos níveis de glicose sanguínea, o que sugere que os efeitos do feijão são mais evidentes na regulação do colesterol e na resposta inflamatória do corpo.
Ainda assim, esses achados são relevantes, pois apontam para um caminho ível e seguro para melhorar a saúde, especialmente considerando que o feijão já é parte da rotina alimentar de grande parte da população brasileira.
Consumo diário de feijão, como no Brasil, é recomendado
Com base nas evidências obtidas, os pesquisadores recomendam o consumo regular de feijões como uma estratégia nutricional preventiva.
A substituição de alimentos ultraprocessados por grãos como feijão, mesmo em suas versões enlatadas ou congeladas, pode ser uma medida eficaz para promover o bem-estar a longo prazo — desde que se evite o excesso de sal ou açúcar nos produtos industrializados.