Uma estratégia fundamental para reduzir os impactos das mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global é a diminuição das emissões de gases de efeito estufa. Um estudo recente aponta uma diferença expressiva entre os gêneros nesse aspecto: as mulheres apresentam uma pegada de carbono 26% menor que a dos homens, sobretudo nos setores de alimentação e transporte.
Entre os motivos que contribuem para a maior pegada de carbono dos homens estão o consumo mais intenso de carne vermelha e o uso mais frequente de veículos automotores, comportamentos ligados a normas sociais que associam a masculinidade a essas práticas. Além desses aspectos, fatores biológicos e a composição familiar também influenciam essa disparidade.
As pesquisadoras ressaltam que essas normas tradicionais podem ser questionadas por meio de políticas informativas que incentivem alternativas sustentáveis, como dietas à base de plantas, apresentadas de forma a reforçar conceitos de força e desempenho.
Embora o estudo evidencie essa diferença relevante, ele aponta que ainda não está claro se a menor pegada das mulheres resulta de maior preocupação ambiental ou de outros fatores culturais e sociais, indicando a necessidade de pesquisas adicionais para uma compreensão mais aprofundada.
Pesquisa nacional
Embora o Brasil ainda careça de estudos que abordem diretamente a relação entre gênero e pegada de carbono, uma pesquisa realizada pelo Datafolha em 2025, a pedido da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), revela que as mulheres brasileiras demonstram uma tendência mais forte à redução do consumo de carne.
Os principais motivos apontados por elas incluem preocupações com a saúde, a preservação ambiental e a proteção dos animais. Esses dados sugerem que os hábitos de consumo feminino podem ter impacto relevante na promoção de práticas mais sustentáveis.
Jornalismo na federal de Alagoas. Paulista de nascença, moro há mais de uma década no estado nordestino. Desde pequena fascinada pelo mundo da leitura e da escrita.