Era 1460, no norte da Itália, o Duque sco Sforza olhava para as ruínas de uma antiga fortaleza medieval. Ele precisava de um palácio que fosse digno de seu título e status.
Decidiu transformar o que restava da fortaleza num grandioso castelo, com paredes que exalavam poder e elegância. O Castelo Sforza, como ficou conhecido, se tornaria não apenas uma residência, mas também um símbolo de prestígio.
Mas uma lenda surgiria logo depois, algo que iria além da arquitetura grandiosa: um mistério subterrâneo que até hoje ecoa pelas paredes do castelo. Diz-se que, sob o Castelo Sforza, sco planejou uma rede secreta de agens e túneis.
E o mais surpreendente? Leonardo da Vinci, com seu talento visionário, teria deixado uma pista para revelar esse enigma.
O desenho que guardava um segredo
Em 1482, Leonardo foi convidado a trabalhar no castelo, a pedido do sucessor de sco, Ludovico Sforza. Não se tratava apenas de arte, Leonardo foi encarregado de projetar aspectos arquitetônicos do castelo, inclusive decorando a famosa Sala delle Asse e criando o projeto de um monumento em homenagem ao duque sco.
O que ninguém imaginava é que Leonardo, sempre atento aos detalhes, esboçou algo mais do que um simples projeto de decoração. Ele desenhou agens, túneis e corredores secretos, mas não para decorar, e sim para guiar os os de quem soubesse ler seus símbolos. Esses desenhos eram uma chave para algo mais — algo que só seria desvendado séculos depois.
Mapa de Da Vinci
Foi no final do século XV que o Codex Forster I, um dos cadernos de Leonardo, foi redescoberto. Ele parecia um conjunto de notas e desenhos aleatórios, mas uma análise mais cuidadosa revelou algo fascinante: ali estavam, mapeados de forma sutil, os túneis que existiam sob o Castelo Sforza. Uma rede de agens secretas que, à época, eram conhecidas apenas pelos duques e alguns poucos privilegiados.
Em 2019, uma equipe de arqueólogos da Universidade Politécnica de Milão, com o auxílio de tecnologias como radares de penetração no solo e escaneamento a laser, conseguiu confirmar o que parecia ser uma história fantasiosa: os túneis descritos por Leonardo realmente existiam.
O que começou como um simples desenho de um artista visionário tornou-se um mapa real, que agora guia a exploração arqueológica de um segredo de séculos.
Função dos túneis
Esses túneis não foram feitos apenas para garantir a segurança do castelo durante tempos de guerra. A verdadeira função deles era muito mais fascinante e simbólica. Ao contrário das simples fortificações de uma fortaleza medieval, esses corredores conectavam o castelo a lugares de grande importância espiritual e pessoal.
Um dos túneis descobertos leva diretamente à Basílica de Santa Maria delle Grazie, onde está a famosa pintura “A Última Ceia”, de Da Vinci. Esse túnel, então, poderia ter sido uma via de o exclusivo para os duques e nobres, oferecendo-lhes uma agem privada para visitar os túmulos da família Sforza.
E talvez, em um toque ainda mais romântico, o túnel também servisse a um propósito pessoal: uma via para o duque Ludovico Sforza visitar, de forma reservada, o túmulo de sua amada esposa Beatrice d’Este, que descansava na mesma basílica. Através dessa agem secreta, ele teria um o direto ao coração da memória de sua esposa, mantendo um laço que era apenas dele e dela.
O Castelo Sforza, com seus túneis secretos e mistérios não resolvidos, se mantém como um símbolo da complexidade da história. O futuro continua a nos trazer à tona os segredos de Da Vinci, e é provável que, assim como o castelo, os mistérios de sua vida e legado nunca sejam totalmente desvendados.