Uma variante menos perceptível da pneumonia tem preocupado profissionais da saúde e acendido um sinal de alerta entre autoridades. Trata-se da chamada “pneumonia silenciosa”, um quadro infeccioso que se manifesta de forma discreta e pode ar despercebido nas fases iniciais, aumentando o risco de agravamento — especialmente entre crianças.
Ao contrário da forma mais comum da doença, marcada por febre alta, tosse persistente e dor no peito, a versão silenciosa costuma apresentar sintomas leves, como fadiga, redução do apetite, febre branda e dificuldade respiratória moderada. Muitas vezes, esses sinais só se tornam evidentes quando a infecção já está em estágio avançado, o que compromete a chance de um tratamento precoce e eficaz.
Pneumonia silenciosa
Microrganismos como Mycoplasma e Chlamydophila, além de alguns vírus respiratórios — incluindo o causador da Covid-19 — estão entre os principais responsáveis por essa forma da doença. Embora não seja uma enfermidade nova, a pneumonia atípica pode representar até 40% dos casos, segundo estimativas obtidas a partir de análises laboratoriais.
Dados do DataSUS revelam um crescimento de 5% nas internações por pneumonia no país entre 2023 e 2024, subindo de 666,9 mil para 701 mil. No mesmo período, as mortes pela doença aumentaram 12%, totalizando 73.813 óbitos.
A pandemia ajudou a moldar esse cenário. Durante o isolamento, a suspensão das aulas reduziu a exposição das crianças a vírus e bactérias respiratórias, dificultando o desenvolvimento da imunidade. Com o retorno ao convívio social, os surtos se intensificaram.
Como lidar com a condição?
Diagnóstico e tratamento: Geralmente realizado por meio de exames clínicos e radiografia do tórax. Pode ser dificultado pela ausência de sintomas evidentes. O tratamento varia conforme o agente infeccioso identificado. Antibióticos comuns nem sempre são eficazes em casos atípicos.
Medidas de prevenção: Uso de máscara em locais fechados e com aglomeração. Higienização frequente das mãos com água, sabão ou álcool em gel. Evitar contato próximo com pessoas com sintomas gripais. Vacinação pneumocócica oferecida pelo SUS, eficaz contra a forma típica da doença.
Recomendações importantes: Ficar atento a sinais persistentes de infecção respiratória, principalmente em crianças. Procurar atendimento médico ao menor sinal de agravamento. A pneumonia, embora conhecida, ainda representa um risco grave à saúde pública se não for tratada precocemente
Jornalismo na federal de Alagoas. Paulista de nascença, moro há mais de uma década no estado nordestino. Desde pequena fascinada pelo mundo da leitura e da escrita.