Antes restritas a médicos e focadas na correção de imperfeições, essas intervenções aram a ser vistas como aprimoramento da aparência, impulsionadas pelo avanço tecnológico e pela redução de custos. Embora tenham se tornado mais íveis, a falta de fiscalização e a atuação de não médicos ampliam os riscos, exigindo maior controle para garantir a segurança dos pacientes.
Riscos da estética
A venda clandestina de substâncias de uso continua sendo uma preocupação séria, especialmente pela facilidade de o a esses produtos na internet. Itens como o PMMA, conhecidos por seus riscos à saúde, seguem disponíveis no mercado sem um controle eficiente, colocando em perigo aqueles que buscam procedimentos estéticos sem a devida orientação profissional.
Além disso, há um debate sobre o que caracteriza um procedimento invasivo. Segundo Gallo, qualquer técnica que envolva a penetração da pele ou órgãos internos, como o uso inadequado de ácido hialurônico ou laser, pode resultar em complicações graves, incluindo necrose e queimaduras. Por isso, ele defende que tais procedimentos sejam realizados exclusivamente por médicos capacitados, que possuem o conhecimento necessário para avaliar riscos e intervir em caso de intercorrências.
Recomendações do CFM
Uma operação recente da Anvisa identificou diversas irregularidades em clínicas de estética, incluindo o uso de produtos vencidos e equipamentos contaminados. No entanto, Gallo alerta que medidas isoladas não resolvem o problema e defende a necessidade de uma fiscalização contínua.
Para ele, é fundamental que vigilâncias sanitárias, Ministério Público e forças policiais intensifiquem o controle sobre esses estabelecimentos, além de uma regulamentação mais rigorosa para cursos que ensinam técnicas invasivas a pessoas sem formação médica.
O CFM encara com cautela a proposta de criação de um Conselho Federal de Estética e Cosmetologia, argumentando que o foco inicial deve estar no fortalecimento da fiscalização. Como solução para coibir a atuação irregular, Gallo sugere a criação de delegacias especializadas em crimes contra a saúde, que poderiam ajudar no combate à prática ilegal da medicina e à comercialização de substâncias de risco.
Jornalismo na federal de Alagoas. Paulista de nascença, moro há mais de uma década no estado nordestino. Desde pequena fascinada pelo mundo da leitura e da escrita.