Finalmente aconteceu: pela primeira vez desde sua implantação, o novo sistema de votos fez diferença no BBB. Se o paredão acontecesse nos mesmos moldes de antes da edição 24, Vitória Strada é quem tomaria o famoso café da manhã com Ana Maria Braga após ser eliminada. Pela inclusão do Voto Único (por F), Gabriel foi quem saiu da casa.
No novo sistema, é feita uma média ponderada entre o Voto Único e o Voto da Torcida (quantas vezes quiser) – cada um tem peso de 50%. O resultado é a porcentagem final. E na eliminação desta terça (11), foi a primeira vez que os dois tiveram respostas diferentes.
Sem entrar no mérito de falar sobre o resultado do paredão – já abordado nos textos anteriores do Confessionário -, essa situação comprova o acerto da ideia. O tamanho da torcida define eliminações, mas não é o único fator. O nível de engajamento de cada uma também é fundamental para a permanência de um participante.
Nas edições em que o voto ainda era no estilo antigo, era comum vermos disputas intensas, sobretudo nas redes sociais: mutirões, brigas entre torcidas e muita polarização. Não por acaso, foi nesse contexto (somado à pandemia de Covid-19) que aconteceu o paredão do bilhão – quando Felipe Prior foi eliminado em disputa com Manu Gavassi e Mari Gonzalez, com mais de 1,5 bilhão de votos no total.
O fato de o público escolher favoritos muito cedo e a existência de torcidas mais engajadas e dispostas a ar horas votando já assassinou diversas histórias no BBB. Em paredões polarizados, com dois adversários envolvidos, a terceira opção é geralmente deixada de lado – mesmo que seja uma planta. É improvável que ela seja o foco, o que seria o certo.
A ideia da média ponderada com Voto Único é uma forma de o público errar menos. Pena que é apenas a primeira vez que acontece na prática.
Tadeu inventa história para movimentar casa
A produção do BBB 25 merece críticas em diversos pontos. Entretanto, é digno de aplausos o repertório para tentar movimentar a casa nesta temporada. Dinâmicas novas no “Sincerão”, “Quarto Secreto”, “Almoço do Big Fone”, entre outras. Desta vez, foi necessário aproveitar o carisma e a capacidade de comunicação de Tadeu Schmidt.
No discurso de eliminação, o apresentador contou uma história da mitologia grega. Ao fim, quase como o momento da lição de moral em fábulas, Tadeu destacou: “É curioso como, há mais de dois mil anos, o ser humano preza a coragem e despreza a apatia”. “Tem gente que quer vencer, entrar para a história e aproveitar as oportunidades. E tem gente que está satisfeito com o que tem, está confortável, não precisa se arriscar”, completa.
Após se despedir do eliminado Gabriel, o apresentador revelou que, na verdade – ao melhor estilo Monteiro Lobato -, foi uma história inventada por ele, para causar reflexão nos brothers e sisters. Quem está na casa não sabe, é claro, então ficou a lição. Resta saber se alguém entendeu, absorveu e usará a seu favor. Só faltou desenhar para ficar mais explícito. Ao mesmo tempo, a curiosidade para a próxima estratégia já fica no ar.
*Sob supervisão da editora Cecília Itaborahy
