
De Santos Dumont para Juiz de Fora, para o BBB e para o mundo: a vida de João Luiz Pedrosa, de 28 anos, ou por diversas mudanças nos últimos anos. Antes de se tornar influenciador digital, se dedicou à carreira acadêmica e ao magistério. Em 2021, fez parte do elenco do Big Brother Brasil e, com isso, ganhou visibilidade. Atualmente, possui mais de 2,3 milhões de seguidores em seu Instagram.
Em entrevista à Tribuna, João conta que fez provas de vestibular com cerca de 16 anos. Nascido e criado em Santos Dumont, ele conta que Juiz de Fora foi a melhor opção. “Qualquer jovem estudante do interior se desloca para a cidade com universidade de qualidade mais próxima, porque o dinheiro é curto e tem a opção de ir e voltar, ou conseguir um aluguel mais em conta. A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) foi a opção mais simples e melhor para mim e para minha família.”
Antes disso, já tinha uma relação com a cidade. “Juiz de Fora exerce uma centralidade para as cidades do entorno. Oferece serviços médicos, de entretenimento, lazer, esporte, entre outros, que municípios menores não oferecem. Desde mais jovem, visitava para ir ao cinema, porque na minha terra não tinha. Era sempre um grande evento”, lembra. Hoje, muitas de suas relações pessoais e profissionais são da cidade, além de ser onde seus pais moram.
Na UFJF, João estudou dos 17 aos 20 anos e se formou em Geografia. Apesar de precisar ir e voltar para Santos Dumont no início da faculdade, conseguiu, por meio de bolsas e estágios, se manter na cidade. Ele destaca a capacidade da universidade, sobretudo a pública, de colocar quem faz parte dela em contato com pessoas de convivências diferentes. “Não é como um almoço de família ou como era na escola. É tudo muito maior quando você vem de uma cidade do interior”, ressalta. “Fiz parte de muitas coisas nessa época. Acho que parte do que hoje eu consigo conversar e dialogar, do que me atravessa diariamente, foi por conta disso.”
Após se graduar na licenciatura, em 2018, João partiu para o bacharelado na mesma área. Nessa época, esperava resultados de processos seletivos de mestrado. Quando foi aprovado, no segundo semestre de 2019, iniciou o novo ciclo na Universidade Federal de Viçosa (UFV). Também ou em provas da Unicamp e da UFMG, mas escolheu a UFV pensando no aluguel. Além disso, não conseguiu bolsas para auxiliar na sua manutenção na cidade. Sua pesquisa foi relacionada a narrativas midiáticas durante o período de ocupação secundarista no Brasil em 2015 e 2016.
“Eu analiso essas narrativas midiáticas e como isso interfere dentro da experiência pública brasileira, do que entendemos enquanto o que é ocupação, como é, como funciona, como se organiza, como a mídia no geral fala sobre essas ocupações, os motivos. É um movimento protagonizado por estudantes entre 15 e 17 anos. Abordo como a juventude toma esse espaço da percepção do espaço público e do que é a defesa da educação.”
Antes de finalizar o mestrado, João foi aprovado em um concurso no Sul de Minas, na cidade de Extrema, a mais de 420 quilômetros de Juiz de Fora. Ele foi para essa cidade lecionar em 2020, quando começou a pandemia de Covid-19. Ele ou o período todo no município – até entrar no Big Brother. Após ser eliminado, sua rotina mudou e começou a morar em São Paulo. Em 2022, finalizou seu mestrado.
Possível retorno a Juiz de Fora
No momento, João a uma temporada, desde dezembro, em Juiz de Fora, com seus pais. Ele diz que é uma ideia voltar a morar na cidade. “Moro em São Paulo hoje, mas não sei se quero ficar lá para sempre. Aqui fico mais perto da minha família, é fácil se locomover para vários locais de diferentes formas. Sinto falta daqui”, afirma. Além disso, também cita o custo de vida mais baixo como um fator.
“O mineiro tem um tempo diferente das coisas. Por exemplo, fiz um serviço em Juiz de Fora e precisava pegar uma encomenda. Mandei mensagem para a moça, explicando que estava próximo e falando que aria no local por volta de 13h30. Ela respondeu assim: ’13h30 é ruim para nós’. Eu acho muito legal me reaproximar disso, porque saio um pouco da vida acelerada de São Paulo. As coisas podem ser feitas com calma. Estou muito mais tranquilo aqui”, relata.
Outro ponto levantado envolve doenças respiratórias, que fazem parte da vida do influenciador. “Meu nariz está melhor, minha respiração está ótima. Não sinto mais nada. Tudo isso interfere na qualidade de vida. Então, é uma ideia, vamos ver.”
Paixão de João Luiz pela Geografia e pelo magistério
O interesse pela Geografia e em ser professor surgiu de referências. “Acho que todo mundo se inspira, na sua profissão, em alguma pessoa. Quando eu era adolescente, tinha um professor que me deu aula no Ensino Fundamental. Lembro que fizemos uma dinâmica que perguntou ‘o que você quer ser">Em relação ao BBB 25, João acredita ser mais fácil afirmar quem não vai ganhar do que quem será o campeão. “Desde a minha edição, na metade do programa já era possível prever o vencedor. Nesta edição está sendo diferente. Já variou entre Guilherme, Renata, Vitória Strada e outros. Eu acho que está se desenhando mais para quem não vai vencer, como o Maike, os gêmeos, a Aline. Isso é o mais legal”, finaliza.
*Sob supervisão da editora Cecília Itaborahy