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Sobre fios azuis e alteridade


Por Júlia Pessôa

03/05/2015 às 07h00

Li essa semana o texto de um cara que pintou o cabelo de azul e acabou despertando os olhares dos outros, em reuniões, nas ruas, onde quer que asse, algo que o incomodou. Nos escritos, ele fala sobre como as pessoas não sabem amar direito e discriminam as outras baseado em seus preconceitos e pré-julgamentos. Tudo certo até aí, porque recriminam e discriminam mesmo. A novidade chocante foi ler que o homem branco e hétero é a maior vítima deste juízo equivocado e precipitado.

Senti-me obrigada a pedir desculpas por todo o sofrimento que nós, como sociedade, temos imputado ao autor por sua condição de gênero, raça e sexualidade. Por isso, perdão por aquela vez em que você estava abrindo seu próprio carro em um estacionamento à noite, e foi detido por policiais por causa de sua pele, sob acusação de “atitude suspeita”. E também por quando atravessamos a rua ao avistá-lo, pois você parecia um “sujeito mal-encarado”. Por favor, releve falas como: “Você nem parece que é branco! Seu cabelo (azul) nem é ruim!”, e outras como: “Não é pra casar, mas eu sempre imaginei como seria um homem branco e hétero na cama.”

Espero que você que lê  concorde comigo, e faça coro com as desculpas: perdoe-nos por aquele dia de calor escaldante em que você, batendo bola na praça, tirou a camisa e se sentiu constrangido com olhares e repreendido por pessoas que cochichavam: “Mas precisa fazer isso aqui?”. Na mesma praça, uma mãe que amamentava seu bebê de colo podia mostrar parte do seio tranquilamente, enquanto você, só por ser homem e heterossexual (e branco!), era censurado. Foi só piada também quando você raspou o carro no meio-fio e disparamos : “Tinha que ser homem.” Bem, você há de convir que jamais teria sido estuprado se sua roupa não fosse tão provocante naquela outra noite. Mesmo assim, perdão por culparmos a vítima: você.

Foi sem querer quando dissemos que “o problema não era você ser hétero, mas dar muita pinta de macho.” Quando soltamos a frase “ele é hetero, mas é muito gente boa.” E não foi por preconceito que enfiamos uma lâmpada fluorescente na sua cara ao pensarmos: “vamos meter a porrada nesse machinho”.

Talvez um cabelo azul chame atenção mesmo em qualquer pessoa, por não ser uma cor de madeixas com a qual alguém possa nascer, e, sim, qualquer um que deseje tingi-lo neste tom (ou qualquer outro) tem todo o direito. Concordo também que as pessoas, hoje em dia, têm muito mais facilidade para soltar a metralhadora de ódio do que para as tentativas de disseminar um pouquinho de amor por aí. Também tenho certeza absoluta que qualquer julgamento ao colega autor não se deve à sua sexualidade, cor ou ao fato de ser homem, mas sim à sua cegueira para o outro, à falta da danada da alteridade, e também de uma boa dose de compaixão.

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