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Até quando? Moradores do Bairro Industrial sofrem com alagamentos há pelo menos 50 anos

Estudo hidrográfico feito há mais de 10 anos não saiu do papel. Comunidade pede solução, e PJF diz que prepara plano de drenagem para executar ações


Por Ester Vallim e Mariana Floriano, sob supervisão de Luciane Faquini

16/01/2022 às 07h00

No período de cheias do Rio Paraibuna, a rotina dos moradores do Bairro Industrial, Zona Norte de Juiz de Fora, é de vigilância e pressa para levantar os móveis de casa. Os alagamentos na região são recorrentes, principalmente nas ruas Henrique Simões e Lúcio Bittencourt, pontos mais baixos do bairro. Especialistas afirmam que as enchentes no local são esperadas, visto que a área se encontra em uma planície de alagamento. No entanto, estudos hidrográficos feitos há mais de 10 anos propam soluções para mitigar os danos causados pelas cheias aos moradores, porém, até agora, não foi feita nenhuma obra efetiva.

A Tribuna acompanha o problema desde sua fundação, há 40 anos. Em março de 1982, o jornal noticiou, pela primeira vez, os estragos da chuva no Bairro Industrial. Na ocasião, houve registro de famílias que ficaram desabrigadas no local por conta das chuvas intensas na região. À época, as reclamações eram as mesmas de hoje, com a comunidade solicitando drenagem, limpeza e intervenções. De lá pra cá, de acordo com moradores, pelo menos uma vez por ano, as ruas são invadidas pelas águas. Em 2022, não foi diferente. Só na primeira quinzena de janeiro, o bairro já foi alagado pelo menos duas vezes.

‘Tive que sair com a água na altura do peito’

A casa da aposentada Maria Aparecida Faria, a Dona Cida, é a que fica em pior estado quando o Rio Paraibuna enche. Moradora do primeiro andar de um prédio na Rua Henrique Simões, Dona Cida viu seus móveis, eletrodomésticos e utensílios ficarem cobertos por água turva e mal cheirosa na última segunda-feira (10). “Tive que sair de casa com a água na altura do peito. Perdi tudo. Em menos de cinco minutos, a água subiu, só deu tempo de pegar meus documentos e sair.”

enchente bairro industrial by fernando priamo
“Perdi tudo. Em menos de cinco minutos, a água subiu. Só deu tempo de pegar meus documentos e sair”, conta
dona Cida (Foto: Fernando Priamo)

Ali, ela já mora há 13 anos e, durante todo esse período, não houve um ano que as cheias não atingissem sua casa. Os prejuízos da última enchente ainda não foram contabilizados, mas para ela, que ainda paga o financiamento do imóvel, o sentimento de frustração é explícito. “Essa casa não é irregular, eu pago todo ano meu IPTU, e todo ano tenho prejuízo com as enchentes. Já gastei mais de R$ 22 mil com reformas.”

Já na Rua Lúcio Bittencourt, quando o Córrego Humaitá enche, a casa de Cátia Ramos é a primeira a ser alagada. Ela mora há 18 anos no local e afirma que, desde que se entende por gente, as enchentes fazem parte de suas memórias. Os últimos dias, após a cheia, foram de esforços para a recuperação do que pôde ser resgatado. “Quando a água começou a subir, nós colocamos tudo o que deu para cima. Mas sempre é a mesma coisa, a gente perde guarda-roupa, cama, quando a água abaixa ficamos a semana toda por conta da limpeza, mas se começa a chover, a gente já fica tenso, tomando conta do rio para ver se ele vai encher de novo.”

catia moradora bairro industrial by fernando priamo
“Quando a água começou a subir, nós colocamos tudo o que deu para cima. Mas sempre é a mesma coisa, a gente perde guarda-roupa, cama. E, quando a água abaixa, ficamos a semana toda por conta da limpeza”, conta Cátia Ramos (Foto: Fernando Priamo)

Ela conta, que ao longo dos anos, houve situações em que a família ficou ilhada por mais de três dias. “Se alguém tiver algum problema de saúde e precisar sair, fica dependente da canoa, que geralmente a aqui na rua, mas dessa última vez, eles não conseguiram nos atender.” Cátia ainda afirma que é preciso reorganizar os planos na família em função das chuvas, “nesse início de ano, a gente não pôde viajar, porque já teve situações em que o rio subiu, e nós não estávamos em Juiz de Fora, quando chegamos, já estava tudo cheio de barro”.

‘Se eu soubesse desse problema nem tinha vindo’

O problema também prejudica novos moradores, como a família de Simone Resende, que há três anos mora na região. “Nos últimos três anos que eu moro aqui, em todos eles, a água entrou na minha casa. Quando eu comprei, não sabia do problema das enchentes, se soubesse, nem tinha vindo.” Ela ainda afirma que, em 2020, na primeira cheia que presenciou, a perda foi grande. “Tinha acabado de me mudar, perdi todos os móveis novos e a cozinha planejada. Eu não posso ter nenhum móvel de madeira, troquei todas as minhas portas por portas de alumínio, e ainda tive que gastar com uma obra de contenção”.

Foi esta obra, realizada no último ano, que impediu com que o rio entrasse mais em sua casa. Na enchente da última semana, a água atingiu dez centímetros dentro do imóvel, o suficiente para gerar transtorno. “Na minha opinião, o poder público não toma uma atitude porque as enchentes são rentáveis. É verba que vem, é licitação para fazer obra. E não estou nem falando de uma gestão específica, isso vem desde gestões adas. Infelizmente é essa a nossa realidade.”

Problemas não apenas materiais

“Os móveis, eletrodomésticos, isso a gente recupera, mas e o psicológico">Em 2012, régua hidrométrica e sirene foram reinstaladas após terem sido depredadas, mas sistema de alerta já não existe mais (Foto: Fernando Priamo)

Projeto para a bacia do Córrego Humaitá

Buscando mitigar as enchentes na bacia do Córrego Humaitá, um trabalho inicial está sendo desenvolvido por arquitetos e professores da UFJF. Segundo César Barra, o estudo propõe a construção de dispositivos para tentar evitar o acúmulo de água nas regiões mais baixas da foz. “A gente faria intervenções dentro da bacia hidrográfica do Humaitá, para conseguir segurar a água na parte alta e média do córrego. Isso já é feito em outros lugares, com o sistema de barraginhas, dispositivos utilizados em propriedades rurais para reter a água.”

As barraginhas ficariam em lugares estratégicos para acumular água e permitir que ela desça aos poucos pelo córrego, aumentando o nível de absorção do solo. “Isso seria feito na própria bacia do Córrego Humaitá e também nos córregos que deságuam nele, como o Milho Branco. No Rio Paraibuna, é mais difícil fazer essa intervenção, porque já temos a barragem de Chapéu d’ Uvas. Esse projeto já conseguiria atenuar a situação no bairro, porque faria com que menos água chegasse na parte baixa.”

A Prefeitura de Ubá, cidade localizada a cerca de 110 quilômetros de Juiz de Fora, investiu na construção de barraginhas no município em 2017. No mesmo ano, segundo a istração municipal, o sistema já apresentou benefícios, acumulando milhares de litros d’água na época de precipitação.

Controle na urbanização também pode ajudar

César Barra reforça que a urbanização e a criação de empreendimentos na região deveriam ser feitos com muito cuidado, para evitar o aumento das cheias do rio. “Essa área foi ocupada historicamente por ser uma área plana, mas o que está acontecendo no Córrego Humaitá é que a área de pastagem vem sendo trocada por loteamentos, começando a ter um processo de urbanização mais agressivo. Com isso, você aumenta o escoamento superficial, e a água, que antes infiltrava no terreno e era retida pela vegetação rasteira, já não faz mais isso. Ela chega mais rápido na calha do rio. Quando essa água chega no córrego, encontra um canal reduzido, e ele acaba não dando conta da vazão.”

Quando o Rio Paraibuna enche, simultaneamente, o córrego tem maior dificuldade para desaguar, porque o rio a a atuar como espécie de barragem do córrego. Para mitigar esse problema, o pesquisador propõe ações de fiscalização e exigências para que a construção dos empreendimentos seja autorizada naquela região. “A Prefeitura poderia exigir projetos de captação da água da chuva nos empreendimentos que fossem liberados, porque eles fizerem esse armazenamento, podemos evitar que essa água vá para o sistema de drenagem que chega na rua.”

PJF diz que plano de drenagem apresentará soluções estruturais

Em resposta à Tribuna, por nota, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) afirmou que está desenvolvendo um novo Plano Municipal de Drenagem, que apresentará soluções estruturais para a infraestrutura urbana da cidade. O documento fará um levantamento de todo o sistema de macrodrenagem e drenagem natural do município, além da análise das principais causas das inundações, erosões e enxurradas. “Este diagnóstico servirá como base para a elaboração de ações e anteprojetos focados nos pontos mais críticos de Juiz de Fora, como o Bairro Industrial.”

Em relação ao Córrego Humaitá, a PJF afirmou que já contratou a empresa que fará o projeto das obras de contenção nas margens do córrego, que vai ajudar a mitigar os danos.

Sobre a possibilidade de redução ou isenção das contas de água e esgoto, a PJF informou que vai apresentar alternativas para minimizar os prejuízos dos moradores. A nota ainda ressalta os trabalhos da Operação Boniteza, realizados ao longo do ano no bairro. De acordo com a istração, mais de 140 ações de melhoria urbana foram feitas, incluindo a desobstrução das bocas de lobo, limpeza urbana, roçada e capina.

Promessa de campanha

Em 2020, durante a campanha eleitoral, a prefeita Margarida Salomão, então candidata, falou em sua rede social sobre os problemas das enchentes que atingem a cidade e enfatizou a situação da Zona Norte. “Estive no Bairro Industrial, no Bairro Santa Cruz e no Bairro Jóquei conversando com os moradores, estudantes, professores e apoiadores da nossa campanha. E o que esses três bairros possuem em comum? O descaso do poder público, que largou essas pessoas à própria sorte. Na época de chuvas, esses locais são alagados, deixando moradores aflitos.”

Em outra publicação, feita no dia três de novembro, Margarida afirma que quer ser a prefeita que mais investiu em obras relacionadas às inundações. “Sabe o que falta de planejamento urbano faz? Gera problemas como inundações como as que vitimam o Bairro Industrial e o Mariano Procópio, além de contribuir para deslizamentos de terra. E político não gosta de fazer obra contra isso. Veem como enterrar dinheiro. Eu não: eu quero ser a prefeita que mais investiu em obras contra esses dramas, mesmo que, depois ninguém veja placa de inauguração ou coisa parecida. Porque o povo pede atenção, e é isso que vamos oferecer.”

Tópicos: chuva

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