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Primeiras produções do edital Janelas Abertas, que distribuiu R$ 105 mil, são exibidas

Paisagens artísticas: UFJF apresenta primeiros produtos contemplados pelo edital Janelas Abertas, de auxílio à classe artística durante a pandemia; material será divulgado nas redes sociais da Pró-reitoria de Cultura da UFJF


Por Mauro Morais

08/12/2020 às 06h55

O cotidiano de Z tem muito do surreal, com seus objetos rosa e seus interesses infantis. O cotidiano de Z também tem muito do real que o mundo enfrenta hoje, com a solidão e a reclusão impostas em nome do combate ao coronavírus. Gravado no início da quarentena, o curta-metragem “Z: Crônicas de um cotidiano insólito” não retrata a pandemia em nenhum dos símbolos pelos quais a Z, uma personagem de tranças hirtas, longos cílios pretos, uma boca pintada de verde escuro e, ao redor dos olhos, algumas das cores do arco-íris. Ao mesmo tempo, a condição solitária e aparentemente monótona da protagonista indica uma experiência largamente compartilhada pelos que vivem em países como o Brasil, muito afetados pelo vírus. Contemplada pelo Janelas Abertas, a produção com roteiro e direção de David Martins abre a programação de exibições do edital promovido pela Pró-reitoria de Cultura da UFJF para auxiliar a classe artística neste momento em que o setor cultural vê suas atividades presenciais serem transpostas, na medida de suas possibilidades, para o ambiente virtual. O trabalho e todos os outros 149 projetos selecionados ganham as redes sociais (YouTube, Instagram e site) da unidade a partir desta terça, 8.

“Nossa ideia era mostrar um cotidiano lúdico, sem os clichês dos pontos ruins provocados pela pandemia. Tentamos retratar momentos da vida dentro de casa, como acordar e tomar café da manhã. Trata-se de uma personagem com seus amigos imaginários num mundo cor de rosa. O filme tem quase cinco minutos e queremos fazer uma trilogia. Acabamos de gravar o segundo, com outra personagem, e o terceiro ainda vamos planejar”, conta David, estudante do curso de cinema do Instituto de Artes e Design da UFJF. Rodado em sua casa, com as ferramentas que possuía, o curta-metragem contou com a direção de arte e atuação do amigo Leonardo Lorenzi, que dá vida à drag queen Loren Z. Corpo e alma da drag Saraah, David extrai desse universo drag os elementos para um trabalho que valoriza a leveza em detrimento do caos já tão fartamente retratado pelo noticiário. “Queríamos que servisse como uma válvula de escape”, defende.

“Z: Crônicas de um cotidiano insólito” já foi exibido na mostra de cinema da Semana Rainbow da UFJF, na Mostra [em] Curtas e na 3ª Mostra da Unisul, todas virtuais. O Janelas Abertas, portanto, é sua quarta oportunidade de exibição. “Por eu ser designer gráfico, acabo tendo um portfólio mais voltado para a área gráfica. O filme está me dando experiência”, celebra David, afirmando usar o momento para se dedicar à área cinematográfica. “Este ano tinha meu planejamento de produções artísticas, principalmente com a drag Saraah, e estou aproveitando para estudar um pouco mais, apurar a estética”, diz ele, natural do Mato Grosso do Sul e há cinco anos morando em Juiz de Fora para estudar na UFJF. “Já me acostumei a viver longe da família. É difícil voltar para lá por conta do preço da agem e por falta de tempo. Na pandemia senti um baque, porque faço muitas coisas ao mesmo tempo e precisei dar uma segurada”, aponta.

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Cena de “Z: Crônicas de um cotidiano insólito”, filmado em casa e com uma equipe de apenas duas pessoas. (Reprodução)

‘O meio artístico não ficou paralisado’
Artista de quadros expressivos, de pinceladas vigorosas e excesso de matéria, Guilherme Melich propôs ao Janelas Abertas, e foi contemplado, criar uma espécie de diário de bordo de sua rotina. Em vídeo, ele registra desde o momento em que acorda, até os desenhos, esboços que integram seu dia, com idas ao ateliê e caminhada. “É um vídeo curto, com dez minutos, e basicamente retrata a minha rotina. Gravo, edito e faço a trilha sonora. Vai ser minha primeira experiência em vídeo, não tenho a pretensão de que seja profissional, mas tem a ver com o isolamento, com essa vivência”, conta. “Produzo parte do que faço em casa e parte no ateliê. Meu ambiente já tem o isolamento. O impacto maior é emocional. A gente sente o entorno”, afirma o artista, que adaptou suas aulas para o ambiente virtual e investiu nas plataformas digitais para divulgar e escoar sua produção autoral.

Ainda que não tenha sido diretriz, a pandemia está no discurso de muitas produções contempladas pelo edital e apresentadas diariamente, sempre em dois horários. O prêmio que recebeu 252 inscrições e contemplou 150 projetos exibirá trabalhos em sua maioria musicais (42) e audiovisuais (33). Também foram selecionadas outras linguagens, como artes cênicas, artes visuais, experimentações, patrimônio e memória, educação e literatura, como os vídeos de leituras de trechos do novo livro do escritor e editor da Tribuna W.Del Guiducci. O total de R$ 105 mil foi distribuído em categorias de R$ 1 mil, R$ 700 e R$ 400. “A cena cultural local, sempre tão atuante e original, certamente foi muito prejudicada pela pandemia. Talvez muitos projetos, espaços e iniciativas tenham sofrido demais e demorem a se recuperar. Mas o meio artístico não ficou paralisado e reagiu, na medida do possível, e continua vivo, produzindo e se reinventando para fazer frente a esse momento. Com o apoio de ações públicas como o Prêmio Janelas Abertas e outros que surgiram, conseguimos pelo menos dar algum e à categoria e tenho a certeza de que juntos vamos conseguir ir adiante”, analisa a pró-reitora de Cultura, Valéria Faria.

Artista e professora do Instituto de Artes e Design, Valéria avalia positivamente o resultado do edital, que alcançou a pluralidade da cena local. “É natural que o formato audiovisual tenha predominado, já que o espaço virtual, por meio do YouTube e das mídias sociais, será o canal de divulgação das produções, mas tivemos também projetos de e-books, oficinas, cursos. A comissão julgadora ficou entusiasmada com a qualidade dos projetos, e aqueles que pudemos conferir (da modalidade materiais já produzidos) comprova o talento e a criatividade de nossos artistas e produtores culturais. Muitos conseguiram excelentes resultados produzindo em casa, com pessoal e recursos muito limitados”, defende.

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Marcos Marinho em cena de “Pantaleão e Arlequim – É fogo”, no qual retoma commedia dell’arte e ilustra momento atual. (Reprodução)

Entre o sonho e a realidade
Num curto e emocionante curta-metragem, Pedro Carcereri revira o álbum de família em “Os sonhos já encontraram outro tempo”. Diz da construção da memória, da reconstrução do ado e da projeção do futuro, num trabalho sensível e poético. Marcos Marinho, por sua vez, revira a história do teatro e na commedia dell’arte encontra uma narrativa e elementos que tão bem ilustram as relações de poder dos dias atuais. Na cena curta “Pantaleão e Arlequim – É fogo”, Marinho interpreta dois personagens: Pantaleão, um velho pão-duro e muito rico que acusa seu empregado, Arlequim, um jovem guloso e debochado, de roubar-lhe uma caixa de fósforos. “Um jogo político, de interesses e de poder. Pantaleão e Arlequim estão sempre em luta. São duas pessoas trancadas dentro de casa discutindo por causa de uma caixa de fósforo. São discussões típicas de quem fica muito tempo junto”, pontua o ator, gravado pela irmã Vânia Marinho. Tanto Carcereri quanto Marinho falam da casa. Um retoma o espaço como lugar da memória. O outro, como representação de uma entre tantas arenas. A casa, da qual parte Melich e na qual vive Z, produções de um edital que mostra diferentes paisagens das janelas da cidade.

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