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Outras ideias com André Luis Brasilino


Por MAURO MORAIS

10/01/2016 às 07h00

Presidente da SPM do Bela Aurora, André se prepara o ano inteiro para os festejos

Presidente da SPM do Bela Aurora, André se prepara o ano inteiro para os festejos

A Rua Jandira Limp Pinheiro, no Bairro Bela Aurora, estava uma folia. Coloridos, com máscaras vermelhas, pretas, azuis, rosas, laranjas e verdes, palhaços pulavam. Uma Catirina, a mulher que adentrou o exército de Herodes, também saltava, com os pés desnudos no asfalto quente. Havia pandeiro, sanfona, chocalho, tambor, cavaquinho e um canto de muitos agradecimentos. Das casas, homens e mulheres de diferentes gerações observavam, envolvidos, o cortejo. Meninos e meninas se embaralhavam entre rendas, tecidos estampados e lantejoulas. No centro, um estandarte de fitas multicores e flores, a mostrar a visita de Gaspar, Belchior e Baltasar ao menino Jesus. Com o apito na boca, André Luis Brasilino comandava os cerca de 20 integrantes de sua Folia de Reis Resposta do Oriente – Jesus Vivo. O festejo do homem de 38 anos, cabelos raspados, pele negra e fala desenvolta, porém, era maior.

Na casa do colega de grupo Renato, responsável pela sanfona, André diz de um dia em que todo agradecimento parece pouco. É preciso agradecer não apenas pelos 12 dias de peregrinações vencidas, mas pelos 25 anos de festejos e, principalmente, pela vida de Ana, a mulher que lhe deu a vida, não por escolha, mas por um amor que superou o trauma. “Sou fruto de um estupro. Minha mãe tem problemas mentais e foi violentada”, conta André, pai de Gabriel, que havia completado 10 anos no dia anterior. “Minha ligação com a folia é muito grande. Meu avô é folião, e meus tios, também. ou de geração em geração. Trabalho e penso nela durante todo o ano”, emociona-se ele, líder de seu grupo e de todos os outros, já que preside a Associação das Folias de Reis e Charolas de Juiz de Fora, que reúne 12 formações.

12 anos em 12 dias

Desde pequeno, André ouvia, em casa, a história dos Santos Reis. “Diz a história que eles fizeram uma viagem de 12 anos em 12 dias. No caminho, encontraram o palácio do Rei Herodes, que ficou muito enciumado com a chegada de um novo rei. Ele queria, então, matar o menino e disse aos reis: ‘Vocês adorem, voltem aqui, porque também quero adorar’. Na verdade, ele queria matar e mandou seus soldados irem pelo mesmo rastro, matando toda criança menor de 2 anos”, conta André, justificando a presença dos seis palhaços, assustadores pelas cenas que representam, mas encantadores pelo excesso de detalhes e delicadezas. “Eles são os perseguidores e por isso não entram nas moradas, só os músicos e a bandeira”, explica. “A Folia de Reis é uma tradição que veio originária de Portugal e festeja a festa de Santos Reis. Em Juiz de Fora, saímos no dia 24 de dezembro e chegamos no dia 6 de janeiro, fazendo uma peregrinação de casa em casa, levando a bandeira e arrecadando donativos, prendas ou o que a pessoa puder dar. No dia 6, fazemos uma festa na comunidade, com comida e bebida”, completa ele, que começou como um dos palhaços, em outro grupo, até tornar-se o “puxador” dos cânticos.

‘Big Brother’ dos Reis

Este ano, André e seus parceiros seguiram, no dia 24 de dezembro, para Ubá, onde ficaram até o dia 1º. Depois foram para Rio Preto e, a pé, andaram até Santa Bárbara do Monte Verde. Cansados, pararam, tentaram ligar para Juiz de Fora, a fim de conseguir uma van, e nada. “O último ônibus já tinha ado. Daí eu falei: ‘A única coisa que a gente pode fazer é cantar’. Na primeira casa que cantamos recebemos banho e cama. A folia tem sua própria direção”, diz ele, fazendo uma inusitada comparação: “A Folia de Reis é um Big Brother, porque durante 12 dias tenho que conviver com pessoas que não são meus parentes e nem amigos. Precisamos de um preparo para integrar e conhecer os limites das pessoas”. Entre ensaios que começam em maio e muitas burocracias a resolver, André se divide entre o trabalho no setor istrativo da Amac, onde está há mais de 20 anos, a família (tem dois filhos, “um de sangue e outro de coração”) e a Folia. “Temos que ser uma família, porque lidamos o ano inteiro. A gente brinca, conversa. Se eu precisar chamar atenção, eles me escutam. E isso acontece mesmo com os mais problemáticos do bairro, com os quais consigo conversar sem parecer uma pessoa intransigente”, pontua, recusando o título de mestre. “Não gosto da palavra, porque parece que tenho que saber de tudo”, ri.

A fé no outro

Naturalmente André tomou para si a liderança não somente do grupo, mas do próprio bairro. Presidente da Associação de Moradores do Bairro Bela Aurora, mostra-se, em cada palavra e gesto, um homem de muita fé. No divino e no humano. Por isso, também, seus festejos numa rua de casas sem reboco ganha ainda mais e emocionantes cores. “Comecei a ser uma liderança no bairro aos 17 anos, quando fundamos o Grupo de Apoio ao Belo Aurora. Depois disso, fui convidado para a SPM e hoje já estou em meu segundo mandato”, orgulha-se ele, que abandonou a mesa da escola no primeiro ano do ensino médio e ainda não retornou. Era preciso ganhar dinheiro. E hoje André e seus colegas de grupo chegam a desembolsar – com o auxilio de rifas e almoços – até R$ 800 para a produção de uma máscara, além das roupas e do estandarte, do qual não sai de perto. “O próprio estandarte já é uma promessa. E muitas promessas renovamos nesses 12 dias”, conta. “Agora vou para a jornada do São Sebastião, do dia 8 ao dia 20”, acrescenta, aos risos, confirmando que, desde que Ana lhe recebeu nos braços e na vida, não lhe faltam motivos para folia.

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