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A pele da atriz


Por Tribuna

11/10/2016 às 07h00- Atualizada 11/10/2016 às 07h49

Márcia parte de frases de 30 atrizes para refletir sobre as muitas peles que vestiu e ainda vestirá

Márcia parte de frases de 30 atrizes para refletir sobre as muitas peles que vestiu e ainda vestirá

“Eu escolhi ser atriz para estar com os outros.” A frase, dita pela sa Juliette Binoche, em entrevista a um portal de seu país, caberia bem à juiz-forana Márcia Falabella. Ainda que um oceano divida as duas atrizes contemporâneas, a arte do ator as une de maneira quase sublime. Até porque atuar é criar outros mundos, dando pele aos que são só ideias. Em “Breviário de cena” (Motirô, 210 páginas), lançado nesta terça-feira no Forum da Cultura, Márcia joga luzes sobre o palco que a acolheu há 30 anos. Parte de frases de 30 atrizes como Juliette, referenciais em sua trajetória, para refletir sobre as muitas peles que vestiu e ainda vestirá.

“Sempre gostei de ler biografia de atrizes. A gente sempre aprende. Nessas leituras, uma ou outra coisa eu marcava ou anotava. Um dia resolvi trazer frases para o meu camarim. Então, pensei em escrever sobre teatro a partir dessas frases. Quando comecei a escrever, vi que não dava para ser distanciado. Tinha que ser da minha vida e de situações que ei aqui no Grupo Divulgação. Selecionei 15 atrizes brasileiras e 15 de outras nacionalidades. Voltei aos livros, entrevistas, filmes, garimpando ideias dessas mulheres que de alguma forma me encantaram pelo trabalho”, conta a integrante do GD de José Luiz Ribeiro.

“Nunca tive grilo de assumir papéis em que eu era uma mulher mais velha”, diz a atriz Irene Ravache na epígrafe do livro de Márcia. “E também nunca tive pudor de aparecer praticamente de cara lavada”, completa, dando margem para que a juiz-forana verse sobre as máscaras do ator (essas peles ora velhas, ora novas, ora estranhas, ora imediatamente identificáveis) e sobre a paixão por Irene. “Uma atriz que idolatrei por muito tempo. Tinha um amor. Coisa de quem vê novela. É uma atriz que eu cortava tudo o que saía nos jornais. Fazia um caderninho com colagens. Quando fui a São Paulo para ver como era o mestrado, assisti Irene Ravache no palco pela primeira vez. Saí encantada.”

De Cacilda Becker a Lilia Cabral, ando por Fernanda Montenegro, Nathália Timberg, Bibi Ferreira, Marieta Severo, Dina Sfat, dentre outras, Márcia reverencia uma cena em franca extinção. Modos de interpretar que pouco a pouco vão desaparecendo. Mulheres que se inscreveram na história nacional defendendo o palco, da plateia à coxia. Atrizes que formataram o Teatro Moderno e abriram as portas ao contemporâneo. “Várias delas aram pelo rádio, por isso têm o domínio da palavra. Cada uma me influenciou de um jeito, a maneira como encaravam a arte de representar, a doação à arte, os desafios. A Cacilda Becker lutou muito pelo teatro. A Dulcina batalhou muito também. Hoje é um outro momento, e isso é raro”, comenta Márcia.

Desejo de estar sozinha

O que o teatro lhe deu? “Tudo o que tenho”, responde Márcia. E do que te privou? “Às vezes me priva. A Laura Cardoso, e isso está no livro, diz que fez uma série de sacrifícios em nome do teatro, inclusive sacrificando a família. A gente sacrifica família e amigos, porque estamos em temporada. Meu sobrinho vai fazer 1 ano, e não poderei ir à festa. Nas bodas e prata dos meus pais, não fui. Graças a Deus, nas bodas de ouro me redimi”, diverte-se ela, que em seus 30 textos, um para cada dia do mês, devolve o conhecimento que a trajetória lhe ofereceu. “Este livro possui atrizes que são um mote para que a alma de Marcinha fale sobre sua vida no teatro. Como Stanislaviski, em ‘Minha vida na arte’, ela se mostra num espelho de cristal que se multiplica nas cores do arco-íris”, aponta o diretor e dramaturgo (e amigo, sobretudo) José Luiz Ribeiro, em prefácio da obra.

Ainda que tenha assumido muitas peles, a atriz ainda quer ser desafiada. “Atualmente gostaria muito de fazer um monólogo, mas faria isso em momentos nos quais o Divulgação não estivesse em cartaz”, adianta-se, deixando claro o lugar do grupo em sua vida e em seu ofício. “Acho um desafio estar sozinha em cena. Se você errar um texto, quem te socorre? O que fazer?”, ri, para logo lembrar-se, como faz no livro, de um episódio em que o esquecimento lhe deu a certeza de que a instantaneidade do palco, o frescor do ao vivo, o risco da cena, são, de fato, incomparáveis. “Comigo já aconteceu. Foram poucas as vezes. Um dia, esqueci, a atriz que estava comigo arregalou os olhos, e eu não sabia o que fazer. Fui ganhando tempo até que o pessoal sacou, já estava no finalzinho, e eles pularam a cena. Estava um calor infernal, eu ava mal, e cinco segundos pareceram uma hora. Isso é teatro.”

Escolha de fincar raízes

“O teatro me deu um caminho”, defende Márcia Falabella, que da ética ao ato descreve um lugar de encontros. Revelada cronista no texto ágil e nas narrativas envolventes – como a que conta de seu “encontro” com a atriz sa Madeleine Renaud -, a professora da Faculdade de Comunicação da UFJF diz de um ofício que, sobretudo, é saber. “O grande trabalho da arte do ator é a criação. No prazer e na angústia. Depois de três décadas fazendo papeis diferentes, para descobrir outro caminho é muito difícil. Tem horas em que fico frustrada. Nessa carreira, não há garantias de acerto. A gente tem que estar sempre se reciclando, atualizando a maneira de representar e também a forma de ver e viver o teatro”, pontua.

No espaço de tantas caras e lugares, Márcia fincou raiz num determinado palco. Escolheu o teatro do Grupo Divulgação, o teatro de companhia, o teatro de Juiz de Fora. “É muito diferente estar aqui e não em um grande centro, mas, ao mesmo tempo, teatro é teatro, em qualquer lugar do mundo. Fico feliz de ter vindo fazer teatro aqui, por tudo o que aprendi o tempo inteiro, pela maneira como o José Luiz (Ribeiro) conduz o grupo”, emociona-se a atriz, que de tempos em tempos flerta com o cinema, mas sempre volta.

“O cinema tem outra adrenalina. Para o ator, o processo de criação do personagem vai no mesmo caminho até o momento da atuação. Enquanto no cinema tudo é picotado, uma, duas, três vezes, no teatro é outra coisa, é muito ‘over'”, diz ela, que participou da cinebiografia de Zuzu Angel. “Fiz uma figuração de ponta”, diz. “A personagem existe, na ficção e na vida real, mas, no final das contas estou em quatro cenas, e é preciso me procurar para me achar”, ri. “Mas foi ‘de ponta’ porque a figuração ficava toda do lado de fora e eu fiquei no set o tempo inteiro, tendo o aprendizado de ver como as coisas funcionam, ver a preparação séria da Patrícia Pillar e do Alexandre Borges, por exemplo.”

BREVIÁRIO

DE CENA

Lançamento de Márcia Falabella

Nesta terça, às 19h30

Forum da Cultura

(Rua Santo Antônio 1.112 – Centro)

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