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‘Luxo é dar voz ao povo’, revela Marcelo Misailidis, da Beija-Flor

Bailarino fala sobre o enredo que desenvolveu para a Beija-Flor, escola campeã do Rio, e defende a reinvenção do carnaval carioca


Por Mauro Morais

15/02/2018 às 14h40- Atualizada 15/02/2018 às 19h07

marcelo misailidis
Marcelo Misailidis buscou um paralelo entre a obra de “Frankenstein” e a situação vivida pelo país

No ano em que as escolas de samba do Rio de Janeiro tiveram que, metaforicamente e literalmente, rebolar para garantir um desfile digno, colorido e com sambas que levantassem e contagiassem o público, o que se viu foram mudanças nos conceitos do espetáculo, onde destacaram-se enredos polêmicos e embasados em problemas sociais. Os jurados elegeram os desfiles da Beija-Flor, a grande campeã, e da Paraíso do Tuiuti, vice-campeã, que trataram de colocar o dedo na ferida e escancarar as mazelas da sociedade, a corrupção e as injustiças. O coreógrafo e bailarino Marcelo Misailidis, que por décadas atuou em Juiz de Fora, foi um dos responsáveis pelo enredo “Monstro é aquele que não sabe amar – Os filhos abandonados da pátria que os pariu”, da agremiação de Nilópolis, na Baixada Fluminense. Em entrevista à rádio CBN Juiz de Fora na manhã de quinta-feira (15), o consagrado artista comentou o resultado e a mudança de paradigma no carnaval carioca.

“O luxo não é encher uma escola de ouro e de plumas. Luxo é ser porta-voz das necessidades das pessoas. Luxo é dar cultura, como a Beija-Flor fez ao retratar uma obra de importância mundial (‘Frankenstein’, de Mary Shelley) e emoldurá-la em uma situação que estamos vivendo. Isso é luxo, falar dos problemas que nós temos na saúde, na educação e na segurança pública. O que aconteceu ontem (quarta-feira,14, dia apuração dos votos) foi um resgate, inclusive, de uma citação histórica do ‘Ratos e urubus’, de 1989, que ficou em segundo lugar, pois não estava dentro dos parâmetros dos julgadores de entender aquele carnaval, que era o lixo. Dessa vez, o tempo fez justiça à Beija-Flor, que saiu campeã com um tema polêmico, com uma estética que algumas pessoas não conseguiram compreender”, destacou Misailidis.

Segundo o artista, o enredo apresentado à escola em março do ano ado teve o intuito de colaborar para mudanças internas e atrair o público jovem para os desfiles e para a quadra. “Os jovens até vão para a avenida, mas, em função das atrações dos camarotes, acabam não se dando conta das escolas. O carnaval, como qualquer outro espetáculo artístico, precisa renovar a plateia.”

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Rio de Janeiro - Desfile da Escola de Samba campeã do Carnaval 2018 na Sapucaí. Beija-flor de Nilópolis (Gabriel Nascimento/RioTur)

Misailidis buscou na obra “Frankenstein” uma tentativa direta de comunicação com o público. “Esta obra está fazendo 200 anos e possui arquétipos que falam muito de traços do ser humano, relacionados à questão do criador e da criatura, que por um lado existe um ser que é tomado pela ambição e pela ganância, e do outro lado, um personagem que é abandonado à própria sorte, que é o monstro. E dessa relação conflituosa existem as facetas da intolerância. Baseado nesses arquétipos, foi possível transformar o drama que vivemos em nossa sociedade em uma obra plausível como enredo carnavalesco”, destacou o bailarino, uruguaio radicado no Brasil, para onde se mudou aos 6 anos.

Primeiro bailarino do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Misailidis aprimorou-se guiado pela consagrada Dalal Achcar, considerada a mais importante bailarina clássica do país. Casado com a juiz-forana Danielle Marie Uhebe, também bailarina, dirigiu por mais de 20 anos a Escola de Dança Misailidis, que, recentemente, anunciou o encerramento das atividades. “Está praticamente impossível manter uma instituição cultural sem apoio e incentivo. A arte está vivendo uma situação de penúria total. As pessoas não apóiam projetos artísticos, e chega uma hora em que percebemos que estávamos subsidiando uma coisa que deveria ser, minimamente, apoiada por órgãos municipais e governamentais. Enquanto teve fôlego, a gente tentou. Mas para conseguir manter as coisas dentro de padrões sérios, decidimos que seria melhor parar por um tempo para não perder a qualidade”, defende ele, participante de diferentes montagens da escola.

É preciso inovar na Sapucaí

Representando uma nova faceta da tradicional escola de samba de Nilópolis, que já venceu 14 carnavais – sendo a terceira maior campeã carioca -, Marcelo Misailidis carrega consigo o compromisso com o futuro da agremiação que tem como herdeiro um jovem de 20 anos. Atualmente conselheiro da Beija-Flor, Gabriel David, filho do bicheiro e patrono Anísio Abraão David, deixou claro em diferentes aparições seu encantamento com o trabalho de Misailidis, que desde 2012 assina a Comissão de Frente e, em 2018, foi responsável pelo desenvolvimento de quatro dos cinco setores do desfile. Após a dança das cadeiras que, anualmente, toma conta das escolas cariocas, a atuação de Misailidis pode se tornar ainda maior.

Logo após a vitória na apuração, o diretor de carnaval da escola, Laíla, que soma 20 anos de Beija-Flor, indicou a possibilidade de seguir para o Grupo de o junto da Grande Rio, que caiu do Grupo especial este ano. “Se eu não sirvo mais me manda embora. É muita covardia que eu sofria. Fui obrigado a uma série de coisas. Amo o que faço, respeito minha comunidade, mas as coisas estão num caminho diferente da minha escola, não sei o que será”, disse o profissional durante coletiva. Para o patrono Anísio Abraão, no entanto, a saída de Laíla está fora de cogitação. “O futuro é que a gente vai tentar melhorar, mas a escola nunca trocou ninguém e nunca vai trocar”, afirmou Abraão ao portal especializado Carnavalesco.

De acordo com Marcelo Misailidis, o carnaval carioca vem crescendo como um dos produtos que melhor representa o Brasil. “Mas o carnaval, para se manter vivo e vibrante, precisa estar à frente do desafio de quebrar os paradigmas do que é tradicional, convencional. Isso é uma das coisas mais difíceis de se alcançar. Espero que esse quadro de descaso político em nosso país mude daqui pra frente”, avaliou o bailarino, defendendo que a escola levou para o Sambódromo uma visão contemporânea dos fatos.

“O novo sempre choca, promove vaias e torna-se desconfortável para os padrões de conhecimento daqueles julgadores. Eu lamento que as pessoas não conseguiram entender um espetáculo que está à frente do tempo delas. Mas o carnaval, ou qualquer outro processo artístico, só sobrevive se ele se reinventa, caso contrário, vai caducando, vai ficando sem graça e previsível, como aconteceu com muitos desfiles. Eles foram bonitos, mas previsíveis, e fazem parte de um processo de carnaval que já está ficando ultraado. Se não se reinventar, não tem porque as pessoas virem novamente para ver algo que já é conhecido e maçante. Respeito a opinião de cada um, mas o novo sempre vem e faz parte do processo da vida”, pontuou o bailarino, que estreou no carnaval carioca em 1998, na Unidos da Tijuca e depois ou por Salgueiro e Vila Isabel até chegar à escola de Nilópolis, que o fez levantar a taça em 2015 e 2018, bicampeão.

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