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‘Pompeu e godê’: conheça dialeto criado em São João Nepomuceno, cidade no interior de Minas Gerais

Com origem incerta, ‘língua’ informal da cidade mineira é ada de geração em geração


Por Elisabetta Mazocoli

23/02/2025 às 06h00

pompeu e godê
‘Pompeu e godê’ pode ter sido inventada por engraxates de São João Nepomuceno (Foto: Junior Detone/ Divulgação)

Durante o carnaval de São João Nepomuceno, no maior bloco da cidade, o Bloco do Barril, uma música chama a atenção dos foliões. É aquela que começa com “Franele josué/ cataguais marmito/ pompeu combutá maroida/ Franele josué/ Fúba prá pompeu! Pompeu muqué mutum!”. Apesar das pessoas cantarem e acompanharem a letra, a marchinha não é entendida por todo mundo – e menos ainda por quem é de fora. Isso porque Flávio Ferraz, são-joanense que compôs a música, usou do dialeto “Pompeu e godê” para criar a letra. Apesar de não ter todas as características para ser definida oficialmente como língua, quem é da cidade entende que é o idioma informal de São João Nempomuceno, que foi criado durante os anos 1960 e ado para as gerações seguintes por familiares e amigos fluentes. A brincadeira servia para tudo: desde falar segredos até comentar sobre outras pessoas na rua. 

A história da origem do “Pompeu e godê” varia. Alguns acreditam que começou durante o período da Ditadura Militar, para que as pessoas pudessem se comunicar sem problemas com o regime. Outros acham que começou dentro de uma fábrica, para que os funcionários pudessem reclamar e ar recados durante a rotina. Mas, em São João Nepomuceno, a hipótese que parece ser mais aceita é que começou entre os engraxates da cidade, em um local conhecido como Beco da União, perto da Praça Carlos Alves, no Centro. Eles teriam começado com essa brincadeira para falar dos clientes e comentar apenas entre eles os valores que iriam cobrar. Seja qual for a origem, no entanto, fato é que a coisa se espalhou. Tanto que, décadas depois, ainda é possível ver a população entoando música nesse idioma, bares nomeados pela língua e até escolas de samba aproveitando o dialeto em pedaços de suas letras.

No bom e velho português, “Pompeu e godê” significa “eu e você”. Flávio, o artista plástico que criou a música e que atualmente tem 78 anos, se lembra que aprendeu com amigos.  “É uma língua que brinca com as semelhanças dos sons das palavras. Não sei exatamente a lógica.” Ele não é tão fluente no dialeto, mas foi aprendendo algumas palavras, e achou que seria uma boa continuação dessa brincadeira transformar em música. Assim, ele podia até falar “sacanagem”, sem que ninguém soubesse. Sobre a tradução da letra, ele diz: “Quer saber ou quer continuar no mistério">Muita gente fala em montar um dicionário do “Pompeu”. É a vontade, por exemplo, de Lilian Itaborahy e de Márcio Sabones, que enxergam essa alternativa como uma forma de preservar a língua – já que, atualmente, muitos dos primeiros falantes já morreram, e fica difícil ar para as próximas gerações sem um conhecimento registrado para além da oralidade. Da mesma maneira, Flávio acredita que, se não tiver um trabalho mais profundo de documentação, o “Pompeu e godê” pode ser esquecido. 

“A minha filha, por exemplo, já tem pouca ligação com a língua, porque eu não uso muito, só em um momento ou outro. Temos que fazer esse trabalho para essa herança cultural não se perder”, comenta Márcio. Esse registro, então, é uma vontade dos falantes para mudar o cenário. Até existem alguns sites com a tradução de algumas palavras. No entanto, ainda incompleto. A importância dessa língua está, como destaca Márcio, justamente em ser algo que mostra essa particularidade de São João para o mundo, além de promover uma brincadeira que já deixou várias gerações curiosas. 

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