Juiz de Fora 175 anos: os jovens atletas que levam o nome da cidade para o Brasil
Kayky Malta, Paula Ferrari e Arthur Peterson se destacam nas modalidades e competições esportivas
Juiz de Fora completou 175 anos no sábado (31), e, junto com a história da cidade, cresce também uma nova geração de atletas que carrega no peito o nome da terra natal. Entre tantas histórias que construíram a identidade do município no esporte – como a de Gabrielzinho, Giovane Gávio, Márcia Fu, Bia Ferreira e Luiz Maurício -, despontam também os novos capítulos escritos pelos destaques atuais. Eles, mesmos novos, mostram que o legado juiz-forano irá continuar nas pistas, piscinas e campos de todo o Brasil.
Para marcar o aniversário de Juiz de Fora, a Tribuna destaca três jovens esportistas que representam a cidade em competições estaduais e nacionais. Kayke Malta Pascoal, de 17 anos, promessa do futebol; Paula Santiago Ferrari, de 20, referência nas piscinas; e Arthur Peterson Bilger, de 15, que já conquista medalhas no atletismo mesmo em categorias acima da sua.
Kayke Malta: do Santa Cândida aos grandes campeonatos
Aos 17 anos, Kayke Malta já coleciona histórias e títulos no futebol que começaram na infância, nas quadras e campos de Juiz de Fora. Morador do bairro Santa Cândida, Zona Leste, ele se lembra das primeiras vezes que acompanhou o pai para ver jogos de clubes da cidade, quando sua paixão pelo esporte acendeu.
“Comecei aos 6 anos, em um teste no Tupi. Depois fui para um projeto de futsal perto da minha casa, e aos 9 anos entrei no A.J. Cirico. Fiquei lá até os 12, sempre com meus pais me acompanhando nos treinos e jogos”, conta. Aos 14, migrou para o futebol de campo e ou por times como Sport Club e Uberabinha, disputando campeonatos como o Regional, Liga, Camisa 12 e Copa Bahamas na cidade.
Além dos torneios locais, Kayke já participou do Campeonato Mineiro da 1ª divisão. “Disputei um jogo contra o Atlético-MG e fiz um gol. Isso me marcou demais”, lembra o garoto, que tem como sonho principal jogar profissionalmente no Brasil ou no exterior. “Meu objetivo é crescer no meio do futebol, ser reconhecido. Quero mostrar que a gente pode vencer, mesmo vindo de classe social baixa”, afirma, mencionando como inspiração os jogadores Neymar e Patrick, volante juiz-forano do Atlético-MG.
Paula Ferrari nas piscinas mais reconhecidas do país
Com 20 anos, Paula Ferrari acumula experiência na natação. Natural de Juiz de Fora, começou a nadar aos três anos por recomendação médica e com incentivo da família. Desde então, participou de diversos campeonatos estaduais, nacionais e provas em águas abertas representando o Clube Bom Pastor. Ela é campeã mineira e brasileira, foi medalha de ouro no All Limits (2500 metros) e 3º lugar no Rei e Rainha do Mar (2000 metros).
“Foi na cidade que dei meus primeiros os na natação, contei com o apoio do Clube Bom Pastor e encontrei treinadores que acreditaram em mim”, conta. Com o destaque no município, foi convidada para defender o Minas Tênis Clube, uma das melhores equipes do país.
Sobre levar o nome de Juiz de Fora para os mais diversos lugares, Paula diz ser uma forma de retribuição pelo que a cidade lhe proporcionou, e pretende seguir firme no esporte. “Nos próximos cinco anos, meu objetivo é buscar uma vaga olímpica. A disciplina que o esporte me ensinou ajuda muito. Tenho uma rotina bem estruturada e apoio de pessoas que entendem minha dedicação”.
Arthur Peterson: velocidade e títulos contra atletas mais experientes
Arthur Peterson Bilger tem apenas 15 anos, mas já mostra a maturidade e o talento de quem leva o atletismo muito a sério. Morador do bairro São Mateus, ele veio do Rio de Janeiro para Juiz de Fora aos 13 anos e foi aqui que encontrou seu verdadeiro caminho no esporte. “Eu jogava futebol, mas tive uma lesão. Meu pai, Jean, que é corredor, me inscreveu em uma prova por diversão. Corri e ganhei na minha categoria, mesmo sem treinar”, relembra.
Depois da primeira experiência, o atleta se apaixonou pela corrida. Em apenas dois anos desde que iniciou, Arthur já é campeão mineiro sub-16 nos 1000m com apenas um mês de treino, 4º lugar no sub-23 e campeão mineiro sub-18 nos 3000 metros. Em breve, ele representará a UFJF no Campeonato Brasileiro sub-18.
“Meus campeonatos mineiros foram muito marcantes. Um por ser minha primeira prova, outro por ser meu primeiro ano na nova categoria e já fazer um tempo de nível nacional”, conta.
Inspirado pelo norueguês Jakob Ingebrigsten e por Cristiano Ronaldo, Arthur também olha com iração para figuras próximas: seu pai, o treinador Francisco Lima e colegas de treino. “São pessoas do meu dia a dia que iro muito.”
Com o sonho de ser um grande atleta, a rotina precisa ser puxada e exige sacrifícios. “Às vezes preciso abrir mão de sair com os amigos para manter o foco. Preciso colocar os objetivos do esporte em primeiro lugar.”
Mesmo com pouco tempo na cidade, Arthur reconhece o espaço que Juiz de Fora oferece para os atletas. “Tem a faculdade que incentiva o atletismo e apoia os jovens. Me sinto muito acolhido e é gratificante poder representar a cidade. Existem vários atletas que foram revelados aqui e quero fazer parte dessa história”.
