Após protestos, Prefeitura de Lima Duarte inicia reparações na estrada
Erosões, desbarrancamentos e vegetação alta prejudicam tráfego na Estrada Conceição de Ibitipoca
Após manifestações contra as más condições da LMG-871 – via que liga Lima Duarte ao distrito de Conceição de Ibitipoca -, o prefeito de Lima Duarte, Geraldo Gomes de Souza (PMN), destacou retroescavadeiras, caminhões e patrol para intervir em trechos de terra batida da rodovia. A estrada é de responsabilidade do Estado, mas o Município assumiu temporariamente sua manutenção por conta da precariedade. Em virtude das elevadas precipitações em fevereiro e março, superando as estimativas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), erosões e desbarrancamentos, além de mato alto, estão prejudicando e, por vezes, impedindo o tráfego ao longo dos 30 quilômetros da estrada – apenas os 15 quilômetros mais próximos a Ibitipoca são calçados.
“A estrada está péssima. Nunca esteve desse jeito. Tem que tomar muito cuidado. Os buracos de Lima Duarte até o quilômetro 15, onde não foi calçado, causam indignação”, relata o comerciante José Nilton Santos Aguiar, 58 anos, que instalou placas na estrada, na última quarta-feira (21), com críticas à falta de manutenção. “Poderia até fazer uma manifestação mais rígida, queimar uns pneus na estrada, mas o povo tem medo”, afirma Aguiar, que mora na altura do quilômetro 10 da LMG-871. “Onde foi feito o calçamento, a estrada foi fechando. O mato já tomou um metro e meio de cada lado. Já não am mais dois carros como antigamente”, diz o comerciante. Além da vegetação, buracos também atingem o trecho calçado da via.
Na quinta, a Secretaria de Obras iniciou as reparações, dependentes da estiagem. “Se o dia estiver ensolarado, ela (a patrol) a rapidinho. Vai e volta em um dia. A previsão é ar em toda a parte de terra dos 15 quilômetros e terminar o trabalho no início da semana caso não chova”, explica o prefeito Gomes de Souza.
Apesar de reparar temporariamente a estrada, os serviços são íveis de prejuízos, caso os níveis de precipitações superem, novamente, as estimativas. Os moradores também reclamam da falta de revisão nas pontes da rodovia e o desbarrancamento. “As pontes precisam de uma manutenção. (É preciso) checar se a chuva está desbarrancando alguma coisa por baixo ou não. Tem também o desbarrancamento no quilômetro 7. É um local que só a um carro e está desbarrancando. É uma curva”, alerta o comerciante José Nilton Santos Aguiar.
Em empreitada de limpeza realizada pelos habitantes da Região, a empresa de laticínios Serra Negra roçou a vegetação de ambos os lados da rodovia entre suas dependências e Lima Duarte – cerca de três quilômetros. A Prefeitura de Lima Duarte deve promover novas roçadas no mês de abril.
Prefeitura faz convênio com Estado para assumir estrada
Em que pese o fato de ser responsabilidade do Estado de Minas Gerais, a LMG-871 foi assumida, temporariamente, pelo Município de Lima Duarte para intervenções emergenciais, como explica o prefeito Gomes de Souza: “O Estado não estava atendendo a estrada. Se chove, ela fica cheia de buraco. Eu fui lá, tentei consertar, mas não podia entrar. O Município ficou com o direito de intervir na estrada e calçar uma parte da subida de um trecho, em terra, chegando em Ibitipoca. São cerca de 150 metros.”
Datado de 21 de fevereiro último, o convênio é válido por seis meses. A prática de reparação por meio de recursos do município é corriqueira entre os prefeitos em razão da falta de manutenção por parte do Estado. “Essa estrada é estadual, só que de vez em quando, a Prefeitura a a máquina,”afirma Aguiar. Segundo ele, esta é uma prática comum entre os prefeitos da cidade. “Ele (Gomes de Souza) ou antes do carnaval. Mas a a máquina hoje, e amanhã ela volta ao mesmo jeito. Não é bem feito.”
Em contato com o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais (DEER), a assessoria reforçou à Tribuna o convênio firmado há pouco mais de um mês com o Município de Lima Duarte. Questionado se o calçamento total da rodovia está no planejamento da Prefeitura, Gomes de Souza foi reticente: “Era para já estar tudo asfaltado, mas como a situação do Estado não é boa, eu não tenho previsão para tal. Com esse governo atual, não tem nem como pensar. Não tem dinheiro nem pra pagar as emendas parlamentares. O DEER não está investindo nem na manutenção das estradas.”
